"Perdi a voz e resolvi escrever."



25 fevereiro, 2009

O vento entrou pela sala sacudindo um retrato nosso. Em cacos no chão eu pedi, para que não me levasse tudo de você, eu chorei, eu sei que eu chorei e com o coração eu esvaziei, de pés descalço segui ate a cozinha e num copo de agua eu reestabeleci a saudade preenchi a desigualdade que você me fazia sentir, reli velhas mensagens das mentiras que eu nunca vive. Eu jurei amor, amor carnal, e agora veja sou um pouco de nada com uma bagagem sentimental arruinei memorias discordei da verdade e disse a justiça todas as suas falhas. Eu agredi inocente, e o inocente fui eu. me auto mutilei das lembranças que lembrei quando só ficava a esperar a longa estrada sem volta. Eu te vi em outros braços em outros cantos pedaços. Eu te vi. E fechei os olhos. Até quando vou correr nesta corda bamba, até quando meu equilíbrio vai existir e se eu cair?
Quem vai cuidar de mim?
Quem vai cuidar de mim? E se eu cair!
Vou me segurar nas ilusões, vou encorajar da covardia. Vou viver este segredo sendo apenas um amante de mim mesmo, e se eu realmente beijar chão você vai sorrir e aplaudir?
No meio desta confusão eu esperei as cortinas voltarem ao seu lugar esperei o vento passar e resolvi cuidar de mim mesmo sem precisar do teu calor pra me aquecer.

Guilherme albino

Um comentário:

Cláudia I, Vetter disse...

é se sustentar pelo que tens, que te deram, e não pelo que as mesmas mãos tem a trazer.
Depois da distorção, o tempo é o ínfimo ponto que traz os sentidos à razão, como quem causa serena a paciência de se reconstruir após um furacão.

e sentimos...

belo texto...

beijos!