"Perdi a voz e resolvi escrever."



27 setembro, 2008


O outono está ai, e nem sinal do amor, não existe um modo mais confuso de se viver, os meus espaços viram espasmos de lembranças, estou pressionando uma parede e exigindo sentimentos dela. Acabaram os cinzeiros e as cinzas voam pelo meu corredor, as lagrimas que não posso mais evitar e todos os gostos quais eu não me importo, o outono está aqui e já é tarde para te pedir pra voltar.
Eu espero mesmo que vá.
Eu espero mesmo que voe, pois minhas asas jamais te protegeriam, eu espero mesmo que siga, pois meus pés ainda não podem abrir caminhos. Eu me deito junto à solidão, e me cubro com saudade meus olhos não podem se fechar, ando tendo pesadelos, porque não me basta ver pela janela a vida preto-branco. Esqueci meu nome, esqueci teu sobrenome, sentir e saber, saber e me acolher, o exato o insuficiente eu o seu você.
Eu espero mesmo que diga não, pois meu sim sempre ficará aqui.
Eu desço e subo escadas, e no fim de todas as corridas eu nem sei o que fazer.
Já não sei o que escrever, porque aqui dentro já não é outono é sempre inverno, este filme de cenas repetidas, esta vida de cenas alternativas com o mesmo fim, com o mesmo fim.
Amar certamente não é uma qualidade minha.
Então...
Eu espero mesmo que ame.
Mesmo eu não sendo seu amado.

Guilherme Albinno

Um comentário:

ana disse...

O amor é uma qualidade que está em nós. E permanece sempre, mesmo que escondida. É talvez a mais bela qualidade, ou mais complicada, mas dolorosa... mas sempre está e existe, e se faz notar por quem deveria.