"Perdi a voz e resolvi escrever."



18 novembro, 2008

9 crimes - segunda parte.

Agora piso em ovos.
E entre a cela que fiz em minha volta, o quadro do nosso amor eu retiro da parede.
Como fato que já não é o mesmo.
Com o desejo que se esconde entre os contos.
Como um criança e a crença do mostro do armário.
E quem me derá que meus medos fossem esse.
O ponteiro marcou mais um segundo, e olha o sol posto ao meio dia, em cima de nós parado acima da minha cabeça. O vento te trás, e de cabeça oposta eu deixo que ele mecha nos meus cabelos, e mesmo assim com teu nome, em letras apagadas eu sinto os calafrios.
E ser homem, não justifica a palavra forte.
E ser homem, é ter atitudes, mais eu não quero te espremer como uma laranja e deixando o bagaço para eu provar do azedo.
Partir é correto.
E correto, é ser presente ao menos presente a mim.
Sem querer perco o sono procurando respostas.
-Agoniza, os suspiros de não voltar, agoniza o saber e o chocar, que agora você está em outro lugar tentando esquecer meu holograma enquanto segura as mãos de outro.
Então se coloque no meu lugar.
Você me faz viver nessa sala de espera. E lendo noticias de ontem eu não posso ser feliz, então não me diga que me ame, porque amanha pode chover, e quem não terá você sou eu.
Resgato em todos um pouco de você, e me forço a acreditar na volta dos que já foram, sei que não será o mesmo.
E que o mesmo possa não existir. Mais quem sou eu, para esperar algo?
Quem sou eu?
Se seus olhos não tocam mais os meus!
Quem sou eu para acreditar que suas flores virão?
A noite se torna traiçoeira, e meu quarto se faz cachoeiras de água e sal.
A dor de uma foto, a dor de um não querer, me fazem prisioneiro da alma.
E em imensos desesperos, eu fujo pisando em cima das flores que culpa não têm.
vejo entre o espelho o que me restou, uma face mais inchada cansada de ver o dia se fazer por noite, de ver o sol a lua, eu e somente eu. Então a carência entra se rastejando grudando nas minhas roupas, e me abraçando firme, para que eu jamais esqueça que o destino me quer só. É insónia, loucura ou lucidez, é uma fase um sempre...Te dizer adeus se torna difícil, e entre as grades eu peço ajuda, porque entre as marés sou arrebatado por ondas de saudade. Meus nove crimes não compensam o preço que pago.

Guilherme Albinno

2 comentários:

Grasiele Rocha disse...

Retribuindo a Visitinha.

Adorei teu texto, muito lindo.
Escreves bem viu.
Vou passar mais vezes por aqui, e vou ler seus outros texto.
Parabéns.


Logo logo, postarei mais um capítulo de "O dia do casamento"
Beijoo

ana disse...

Qualquer comentário aqui não expressa a forma como suas palavras vão surgindo e fazendo sentindo e se completando.
;)